segunda-feira, 14 de novembro de 2011

IBIZA - 8º Dia

Depois de uma noite espetacular na Space, nos despedimos do nosso amigo best friend e fomos dormir, ainda sob o ritmo alucinante daquele batidinha de dance music, desacelerar o corpo e relaxar foi difícil, mas deu certo. Por volta de duas da tarde, acordamos, ou melhor acordei, porque Cris já havia levantado muito cedo, já tinha dado uma volta pela internet e já estava com o papelzinho na mão, para ligarmos para nosso amigo inglês. Depois de espreguiçar bastante, olhei pela sacada do quarto e vi corpos espalhados por toda a piscina, todo mundo cansado da noitada. Nos aprontamos para descer e ligar para o best friend, mas nada, seu celular só dava fora de área, devolvemos o carro na locadora e ficamos sem saber o que fazer já que esse seria o último dia em Ibiza. Pegamos um táxi e fomos conhecer outra praia, a princípio pensamos em um passeio de barco para uma das ilhas, mas logo de cara acordando as duas da tarde, já não dava mais para fazer esse tipo de programa, então fomos para a praia de Santa Eulália, outro paraíso, lugar lindo e acolhedor, com um mix de praias lindas misturadas a iates, jet-ski e mansões. Logo quando descemos do táxi e começamos a andar pelo calçadão, percebemos a diferença das pessoas que frequentavam o lugar, pessoas de idade, famílias e gente de um grande poder aquisitivo, queríamos aproveitar o sol de fim de tarde para tirar umas fotos, mas a fome estava enorme e paramos para almoçar, já era umas quatro da tarde.






Quando pegamos o cardápio, vi que ter escolhido a praia da Bossa foi um tiro certo, porque essa praia já era bem mais cara, dava para perceber pelo cardápio. Para não errar eu comi peixe, lógico que preferiria um super bife de boi, mas carne de vaca aqui é artigo de luxo, nessa hora com uma fome danada, eu não conseguia mais falar nem inglês e nem portunhol, vai na língua dos mudos mesmo, e lá se veio o peixe. Passou longe de nossas iguarias, muito óleo e pouco gosto. Coisa boa é fome, é o melhor tempero para qualquer comida, nada sobrou no prato. Depois de almoçar, fomos pegar um pouco de luz do sol para tirar umas fotos, andamos para todos os lados, minha vontade era mergulhar naquela água cristalina e azul que tem em Ibiza, mas nesse momento senti algo que ainda não tinha sentido na viagem: "frio". Começou a esfriar subitamente e como já estava escurecendo, fomos procurar o ponto do táxi para voltarmos para o hotel. Quando estávamos para ir, encontramos uma loja de sapatos aberta e Isa que havia trazido poucos resolveu provar algum, era uma loja relativamente grande, tinha alguns clientes e pasmem, apenas uma atendente para despachar com os clientes e receber no caixa, incrível. Um país tão desenvolvido com uma logística de atendimento tão ruim, coisa que presenciei por todos os lugares onde passamos, mas enfim sandália comprada e hora de irmos. Ao chegarmos no hotel tratei de comprar as entradas para a Pacha, essa seria nossa segunda boate, quarenta euros. Pegamos o telefone e fomos ligar novamente para o best friend, continuava desligado, ficamos um pouco na net e subimos. Naquele dia para mim não descia bebida alcoólica, então não fizemos prévia alguma, olhávamos para a piscina e não tinha ninguém, olhávamos para os outros quartos também não tinha, imaginei que as pessoas poderiam estar já em alguma festa, porque lá em Ibiza as boates viram o dia e a noite. Como já estava na hora de jantar não queríamos descer para comprar nada e nos viramos com o que ainda tinha na geladeira, duas pizzas congeladas. Em seguida começamos a nos arrumar, descemos e nossa intenção seria pegar um ônibus da boate que passava próximo a space, ele saía pegando todo mundo das praias para levar a boate, é uma boa para quem queria beber e não queria dirigir, no meio do caminho um táxi nos parou e perguntou se era para Pacha que íamos e falamos que sim, ele negociou o preço e fomos com ele. Esse sem dúvida foi um erro grande, eu confesso que agi por impulso, mas o homem em questão não era taxista e estava apenas fazendo um bico com seu carro a noite, se algo acontecesse não haveria como recorrer a ninguém, já que ele não pertencia a nenhuma frota de táxis. Mas ainda bem que tudo transcorreu bem, ele era muito simpático e o tempo todo conversava conosco, casado com uma brasileira falava até um português razoável. Mas fica o aviso para nunca pegarem táxi que não pertença a nenhuma empresa, carro particular, é perigoso, principalmente para turista. Sustos a parte chegamos a Pacha por volta de uma e meia, tinha pouca gente, o pessoal definitivamente chega tarde as festas, entramos e fomos dar uma volta pela boate para conhecer, como havia estado na Space no dia anterior pensei que a Pacha não seria diferente, mas era. Com apenas um ambiente grande e mais outro bem pequeno se resumia a boate, fiquei meio decepcionada, sem acreditar, que essa era a boate mais badalada de toda a Ibiza, sua decoração era uma mistura árabe e moderna, linda por sinal e haviam bailarinos, por todo o ambiente, porém a medida que as pessoas iam entrando e iam invadindo todo o espaço, a multidão de corpos que ia ocupando cada pedaço do lugar dançavam em sintonia ao ritmo de um super dj.





Nossa! Esse era o charme da Pacha, um lugar pequeno mais incrivelmente "Cool", diferente de tudo, mesas particulares com pessoas cheias da grana, bailarinos dançando em cima delas, bailarinas dançando por toda a boate e o povo enlouquecido. Como não estava bebendo comprei água, foi nessa hora sentada no sofá tomando água que vi Leonardo de Caprio passando por nós, eu e as meninas nos entreolhamos e indagamos, ainda com o queixo no chão: "Caramba! é ele mesmo". Coisas da capital mundial da balada, onde os artistas, em qualquer dia da semana,  passeiam nas boates e esbarram com você, muito sureal. Colocando novamente os pés ao chão, ele estava seguido por seu segurança e uma galega feia, deve ser amiga, até porque para namorar eles escolhem as mais bonitas, ele andava parecendo uma pessoa comum (até demais), nada de glamour, nada de roupas chiques e figurino holywoodiano, parecia um estudante de segundo grau usando moleton. Ele saiu de um recanto onde estava e voltou a pista de dança, ainda pensei em tirar uma foto, de perturbar um pouquinho, mas fiquei receosa de levar um fora, deixei para lá e assim como ele voltamos também para pista.  Já quase quatro da manhã fomos ao banheiro para depois voltarmos para o hotel, nosso vôo iria sair as oito da manhã, tínhamos que terminar de organizar a bagagem e fazermos o check-out, no banheiro vi algo bem interessante, eu já havia comentado no blog que as bebidas na balada eram super caras, só quem tinha dinheiro mesmo bebia bastante, o que não era o caso de muita gente, no banheiro havia fila nas torneiras para encher as garrafinhas de água, todo mundo fazia isto e depois voltavam para pista, saindo do banheiro vi outra coisa interessante, um bafômetro, você colocava um euro nele e soprava, ele lhe dizia seu grau de alcoolismo. Demos adeus a Pacha e voltamos para o hotel, lamentando que não iríamos ficar mais tempo e aproveitar mais ainda as noites de lá e principalmente por que não conseguimos falar com o best friend. Fechamos a conta no hotel e fomos ao aeroporto, tudo certo, tudo no cronograma, nenhum problema com nada, até aquele momento...

domingo, 6 de novembro de 2011

IBIZA - 7º Dia

Com a certeza de que o final de semana em Ibiza seria tudo aquilo que passa na tv, deixamos mais uma cidade espanhola para trás, com aquele mesmo sentimento de quando saímos de Madri. Barcelona é uma cidade espetacular, de todas por onde passei foi a que mais me identifiquei, sem dúvida moraria lá. Com um vôo de apenas uma hora e meia, eu sabia que não haveria condições de dormir, além do que estávamos eufóricas e quando ainda da janela do avião avistamos as primeiras mansões, aquelas que passam em filmes, caiu a ficha, chegamos em Ibiza. Fizemos aquele tradicional desembarque, pegar as bagagens e táxi, depois de pesquisar bastante, com o melhor custo benefício possível escolhi a praia que melhor misturasse badalação e custo, o resultado foi praia de Bossa. O Hotel ficava a poucos metros da praia e logo quando o taxista nos deixou percebi o clima praieiro, pessoas andando com toalhas e os comerciantes abrindo as lojas, chegamos num sábado, as pessoas estavam começando a chegar na ilha para o fim de semana.



Nós só poderíamos fazer o checkin as onze horas e ainda não era nem oito da manhã, conversando com a atendente, ela nos liberou o quarto bem antes. Quando entramos no quarto nos deparamos com uma maravilha, além do ar condicionado, uma cozinha, com fogão, panelas, talheres. Poderíamos cozinhar alguma coisa e comer, Cris entrou em êxtase: "vou fazer macarronada com salsicha". Depois de uma semana comendo tapas, essa seria nossa melhor refeição. Enquanto as meninas desarrumavam a bagagem e descansavam, desci para explorar os arredores. Vizinho ao hotel haviam alguns comércios, um mercadinho, uma locadora de carros, algumas lojas, bancos. Quando passei em frente da locadora o dono estava atendendo um rapaz e entrei para pegar algumas informações, logo depois subi e passei as informações para as meninas, nada de dormir, vamos agilizar o almoço e depois alugar um carro e passear. Com essas boas intenções fomos ao mercadinho, já pensando que iríamos encontrar aquela fartura que tem nos nossos supermercados, tudo diferente, mas mesmo assim ainda valeu muito a pena. Deu para comprar ovos, pães, macarrão, temperos, coisas parecidas com o nosso tipo de comida, foi quando me deparei com o setor de bebidas e vi a frase: "ABSOLUT 12 EUROS", imediatamente fiz a conversão para reais e não acreditei, minha vontade era pegar uma caixa, mas aí lembrei que andava de mochila (essa foi a primeira vez que a odiei).


Depois de descobrir como se mexe num fogão elétrico, conseguimos cozinhar (correição as meninas conseguiram cozinhar, eu só lavei a louça). O macarrão estava ótimo, posso até sentir o gostinho dele aqui agora, coisas de quem está esfomeada mesmo. Depois de satisfeitas, fomos dar uma volta na praia, a tão falada praia, que passa no pânico na tv. Agua azul cristalina, uma multidão de corpos na areia e muita mas muita música, em todos os lugares. Logo de cara vi que Amy não havia morrido, tinha uma igualzinha a ela pegando sol, toda maqueada, com aquele mesmo penteado doido e fumando, para completar o cenário. olhava para as meninas e pensávamos a mesma coisa. Que povo estranho! As mulheres eram belíssimas (do pescoço para cima), altas e esbeltas, parecíamos umas anãs perto delas, os homens eram uma mistura exótica, daquele tipo que não sabemos quais são homens e quais não são, além do que nós estávamos com roupa e a maioria das mulheres de top less.





Demos uma boa volta e nos deparamos com um promoter, distribuindo as pulseiras da boate Space, deu na medida, essa era uma das boates que estavam na nossa lista para conhecermos. Pulseira no pulso e fomos fechar o aluguel do carro, nossa próxima parada seria o por do sol mais famoso de Ibiza, o da praia de San Antoni. A locadora pediu alguns documentos e para minha surpresa eles aceitavam carteira de habilitação brasileira, só que eu não havia levado. Cris pegou a dela e completamos a transação, fomos para mas um desafio, conseguir comprar medicamentos com uma receita brasileira. Cris estava meio doente, coisa normal, nessas viagens em que se come mal e se anda muito o corpo começa a reclamar. Como eu era a motorista e não tinha onde estacionar, fiquei no meio do tempo, enquanto as meninas que não falavam nada de espanhol ou de inglês foram desenrolar. Eu já tinha dado por perdido essa receita, mas elas insistiram e para minha surpresa voltaram com tudo que queriam comprar, coisas de brasileiro. Partimos para San Antoni já quase no pôr do sol.



Chegamos em San Antoni e já percebemos que essa também seria uma boa opção para hospedagem, muita gente na rua e muitos bares, mas não conseguíamos achar o lugar exato do pôr do sol, depois de entrar e sair de diversas ruas, resolvemos voltar para o centro e ficar por lá mesmo. No momento estava havendo um feira na cidade, a feira pirata. De tudo se vendia nela, de comida a coisas exóticas e todos os atendentes de todas as barracas se fantasiavam de piratas, legal demais.




Como a noite demora a cair, mas quando caí já são nove horas, já estava na nossa hora de voltarmos ao hotel. Chegamos extremamente cansadas, quando vi que as meninas já estavam querendo esmorecer, puxei a absolut do frigobar e começamos os trabalhos. Por orientação do amigo de Cris, intitulado carinhosamente por " O Chick", o ideal em Ibiza é que se você não é muito rico, não beba na balada, é muito caro. Então pelo que percebi todo mundo bebia antes de chegar na balada, foi o que começamos a fazer. Fomos para a sacada do quarto e todo mundo estava fazendo a mesma coisa, um som ligado logo abaixo na piscina e todas as sacadas animadas, dançando, interagindo. Grande era a azaração: vão para onde? que horas? qual seu quarto? são de onde? I love Brazil! Todos tinham empendurados uma toalha com a bandeira do seu país, foi só o que faltou no nosso quarto, vai ficar para a próxima.



Quase meia noite, lembramos que as pulseiras só valiam para entradas até a uma, então corremos, ainda iríamos procurar a space. Para nossa felicidade era perto dali, dava para ir caminhando, corremos e chegamos na fila, pelo tamanho dela só iríamos conseguir entrar depois de uma hora, eram 20 euros para entrar. Na fila fizemos amizade com uns portugueses, eu notei o quanto eles se acham superiores, praticamente só falavam inglês entre si, ainda ficaram se vangloriando que tinham alguns brasileiros que trabalham para eles, pela primeira vez na viagem conhecemos o estilo otario. Quando chegou a vez deles entrarem foram praticamente enchotados para fora porque não queriam pagar pelo fato do tempo de entrada da pulseira haver extrapolado. Olhei para as meninas e sorrimos: " bando de lisos". Quando entramos na Space, eu não acreditei, eu estava na capital mundial da balada, em uma das boates mais famosas do mundo, tinha que aproveitar, caímos na pista.




A boate fervilhava em todos os seus ambientes, bailarinos instigavam a galera, em alguns ambientes haviam jaulas, cavalos, tudo muito temático, os djs eram irados, o povo estava alucinado, e ainda tinha uma fumaça e uns efeitos especiais que acompanhavam o ritmo da música. Em um dos ambientes concordamos com as informações fornecidas pelo chick, a garrafa de água de 500 ml custava 12 euros, inacreditável. Nada de bebida alcoólica, como sem combustível o carro não anda, logo cançamos e decidimos irmos embora, já era quatro e meia da manhã, foi quando nos deparamos com uma personalidade que iria marcar nossos dias em Ibiza. Já na saída conhecemos um negão de quase dois metros de pura simpátia, seu nome não será revelado para preservar seu anonimato, mas aqui nós o chamaremos de "best friend". Nosso novo amigo nos chamou para o bar quando já estávamos saindo, foi só alegria ele já havia estado no Brasil e adorou conversar conosco, de repente ele mandou tirar as garrafas e as taças do bar, nunca na minha vida tinha tomado champanhe francês, vocês imaginem uma agua por doze euros, agora imagine esse tipo de champanhe (sem comentários).




Mas havia algo diferente com nosso best friend, todos simplesmente falavam com ele, e pediam para tirar foto com ele e eram gentis, não faltava nada, saímos do anonimato. Foi quando comecei a ficar cismada e perguntar o que ele fazia, se ele era lutador, político ou artista de cinema. Ele sorriu e apenas me disse que Londres era uma cidade pequena e todos se conheciam, mas o assédio não parava e tornei a perguntar, foi quando ele me disse que trabalhava com filmes, não dava para entender muito bem, a princípio pensei que pelo biótipo dele, ele era dublê, mas logo em seguida ele falou que tinha uma empresa que trabalhava com filmes. Nisso chega o dono da boate, ele nos apresentou e pediu para nos levar lá para cima, eu perguntei para onde, ele me disse lá para onde só os vips ficam, o local mais legal da boate onde os djs tocam, foi quando percebi que ele era mais do que havia nos dito.  Eram seis ou sete da manhã e fomos para o hotel, nosso amigo best friend nos colocou num táxi e mandou o taxista nos deixar no hotel, ele iria atrás em outro. Nos deixou lá e em seguida nos deu todos os seus contatos para no dia seguinte ligarmos para ele, o fim de semana em Ibiza estava só começando.