Acordamos relativamente cedo (9 a.m), fui a primeira a me arrumar e desci para a recepção para esperar as meninas. Vocês lembram daquele chato da recepção que só levava o tempo em reclamar, pois é, neste dia ele estava um cordeirinho, tão educado que ainda perdeu tempo em me fazer um elogio, ou seja, começou a botar as manguinhas de fora. Descemos, tomamos café e depois com o mapa do metrô na mão seguimos para o Vaticano, confesso, me enrolei com o metrô, mas achamos o caminho. O metrô de Roma é bem diferente do de Madri, bem mais lotado e mais antigo, já o de Madri é novo e super moderno, um luxo. Numa viagem de 20 minutos chegamos ao Vaticano, todas as pessoas que estavam no metrô também desceram, era uma verdadeira multidão, caminhamos em direção as colunas de entrada com aquela sensação de satisfação, o tão falado Vaticano, até que enfim! Novamente nos beneficiamos com o dia gratuito e não pagamos para entrar, imediatamente nos dirigimos para a gigantesca fila que se formava para dar acesso a Basílica de São Pedro, que calorão!
Não demoramos muito na fila, cerca de uma hora, a logística na organização é notável. Quando entrei na basílica foi uma satisfação única, todo aquele calor, aquele sol, aquela fila, o cansaço de final de viagem passou, e deu lugar a uma paz interior inexplicável.
A Basílica foi construída entre os anos 326 e 333 d.c, mas a atual basílica foi reconstruída em 1506 e seu término durou mais de um século. Já foi provado que nela estão enterrados os restos mortais de Pedro, o primeiro apóstolo de Cristo e diversos outros papas, bem como obras inestimáveis de autoria de Michelangelo, Leonardo e outros artistas.
Depois de um tour por sua paz interior, hora de sair da basílica, mas antes, entramos ainda na fila para a Cupola, o domo, o ponto mais alto mas também o mais bonito. Bem! 330 degraus de subida em um túnel fechado, ensaiamos uma subida, mas o cansaço falou mais alto, então as imagens do domo da basílica foram as de baixo para cima mesmo.
Terminamos o tour pela basílica, tiramos as últimas fotos na parte externa, presenciamos a troca de guarda e seguimos com a intenção de almoçar, já que eram duas da tarde.
Almoçamos num restaurante charmosíssimo nas imediações do Vaticano, penchinchamos algumas bugingangas e seguimos para os portões do Museu do Vaticano. Para nossa infelicidade o Museu já estava fechado já que no domingo ele só abre até o meio dia, coisa que não sabiámos. Com muita tristeza demos adeus ao último dia de entrada gratuita e no dia seguinte voltaríamos para ver o museu.
Já por volta das três e meia estava muito cedo para voltarmos ao hostel, pegamos o mapa e começamos a explorar os arredores do Vaticano. Descemos umas das ruas em direção ao Castelo Sant´Angelo.
Datado do período romano, o que aliás é quase tudo por ali, o castelo já foi mausoléu, muralha, prisão, durante a época medieval essa foi a mais importante das fortalezas dos papas. Gratuitamente entramos.
Já eram por volta das seis horas e já estávamos cansadíssimas, saímos do castelo e tentamos um táxi, mas por ali táxi seria difícil, com muita sorte conseguimos, quando chegamos ao hostel estávamos exaustas, dia longo, mas ainda vinha a noite, apesar do cansaço ninguém queria passar a última noite em Roma dormindo, então escolhemos um bom restaurante e fomos. Para nossa surpresa este ficava nas imediações da Fonte de Trevi, como nós ainda não a tínhamos visto a noite, essa seria uma ótima oportunidade. Descemos, seguimos para o metrô e lá pegamos um táxi, quando o taxista nos deixou, não poderia imaginar que seria tão perto da fonte, praticamente na esquina. Todas pedimos os pratos e eu mais uma vez errei no meu, pedi um prato com camarão e frutos do mar, mas não lembrei da lula, não aguentava mais comer lula, o camarão era gelado e sem gosto e a lula nem se fala, mas ainda bem que tinham os pãezinhos (matuto sofre).
Para completar, os garçons nos secavam, tínhamos três nos atendendo e todos no restaurante olhavam, até que um se manifestou e perguntou de onde éramos, falou que já esteve em Natal, que adora o Brasil e chamou os outros garçons para apresentar, tiramos algumas fotos dessa resenha e no final ainda nos deu o telefone e perguntou se queríamos companhia no nosso último dia em Roma, foi hilário.
Depois disso tudo já tocadas pelo vinho saímos sorrindo do restaurante e fomos tirar muitas fotos na Fonte de Trevi, foi quando vimos algo inusitado, quer dizer acho que não era inusitado, estávamos numa das cidades mais românticas do mundo, muitos casais a visitam então nada mais natural do que um pedido de casamento de joelhos na frente de todo mundo na Fonte de Trevi em Roma, com um som de violão ao fundo. Para nós foi lindo e caiu a ficha que ninguém estava com namorado naquele momento, olhamos para uma loja onde vendia vinho e pensamos em encher a cara, mas a hora já adiantada nos impediu.
Nada mais poderia acontecer naquela noite, certo? Errado. Quando estávamos indo em direção a um ponto de táxi, passamos na frente de um hotel e lá tinha um motorista de carro particular, descendo com uma senhora, como diria Cris: " Um mega gato", a troca de olhares e os nossos sorrisos estampados foi fulminante, passamos por ele e nos perguntou: " São brasileiras". Puts! Só podia estar escrito nas nossas caras, tive que segurar as meninas e jogá-las dentro de um táxi, queriam conhece-lo, elas me culpam até hoje (rs), mas na hora me veio o filme " Busca Implacável" e chamei logo um táxi. A noite termina com essa cena, fomos para o hostel e tentamos acordar mais cedo para conhecer o museu do Vaticano já que nosso vôo sairia a noite de Roma em direção a Madri, começaria nossa viagem de volta.