terça-feira, 17 de dezembro de 2013

6º DIA - VERSAILHES

Sexto dia e último na França, acordei naquele dia com uma sensação terrível de perda, meus dias em Paris estavam no fim, mas também eu estava super feliz, naquele dia em especial eu iria conhecer o PALÁCIO DE VERSAILHES. Todos os dias nebulosos na cidade foram substituídos por um lindo dia de sol e tudo parecia propício a um belíssimo passeio, então com o mapa na mão fui para meu companheiro de todos os dias, o metrô. Só que desta vez como o palácio ficava em outra cidade, eu teria que usar também o trem. Andar de metrô em Paris era o máximo, andar de trem e de metrô foi como descobrir a pólvora, parece para muitos uma grande bobagem, mas para quem viaja no sistema independente cada conquista dessas é um enorme passo, e foi com um passo de cada vez, que eu fui chegando lá.


Um dos maiores palácios do mundo com seus 700 quartos e que abrigou a família real durante o século XVII, o palácio é um dos pontos turísticos mais visitados da França, seja pelos seus 700 hectares de parque ou pela história que carrega, é sem dúvida, uma das coisas mais lindas que já vi na vida.





Mas como tudo na França é grandioso, a fila para adentrar no palácio não poderia ser diferente. Eu havia comprado o ticket pela internet, logo quando cheguei me informei onde seria a fila para entrar com este, imaginei que seria algo menor ou diferenciada, engano meu, a filinha básica era a mesma para todo mundo.


Como não tinha jeito, entrei nela, é incrível a variedade de pessoas de todos as partes do mundo que encontramos nesses lugares, se ouviam todos os idiomas e muitos deles eu nunca tinha ouvido na vida, mas sem dúvida o mais divertido e gostoso de se ouvir era o meu. Logo a minha frente estavam duas pessoas conversando em português, falando sobre a vida enquanto esperavam na fila, é muito interessante a mania que temos de acharmos que estamos sozinhos no mundo, quando viajamos, temos a sensação que podemos conversar tudo, que ninguém vai entender nada, não foi o caso. Quando as duas moças passaram a conversar assuntos pessoais, de família, eu tratei de puxar assunto, para que elas percebessem que outra pessoa estava entendendo tudo que elas falavam, e nisso, iniciamos uma agradável conversa que durou uma curta hora, até entrarmos no palácio. Infelizmente logo após a entrada, na primeira sala, eu me perdi delas, não me recordo de seus nomes, tenho uma péssima memoria, só me lembro que elas eram nora e sogra, viajando pelo Europa, adorei aquilo, trocamos muitas ideias, conversamos sobre várias coisas e combinamos de passear pelo palácio juntas, nesse intuito, não tirei nenhuma foto com elas, logo em seguida no tumulto me perdi delas, fiquei lamentando não ter nenhuma recordação, só minhas memórias.




Como não encontrava minhas duas amigas, continuei pelas alas do palácio seguindo o fluxo, sala após sala, a grandiosidade da construção se firmava, primeiramente entramos numa sala onde contava-se a história da família real até a chegada em Versailhes, depois seguiram-se por salas com quadros, esculturas e os quartos onde a família imperial dormia.






Quando eu cheguei a galeria dos espelhos, nossa! Foi um deslumbre total, que coisa mais linda, eu me vi em um filme da Disney, com um salão fabulosos, candelabros e lustres dignos de reis. Quase não consigui sair de la, só sai porque de lá dava para ver um dos jardins mais lindos do mundo, não tinha como perder.




Saindo da parte interna do palácio e entrando nos jardins, passei por mais uma entrada a qual eu teria que mostrar meu ticket, o palácio era dividido em partes, as quais variavam o preço do ingresso, o meu dava direito a todas as atrações, inclusive uma dança de águas que haveria logo mais tarde.









Comecei a andar por ele, meio que sem destino, sem prumo, me perdi totalmente naquele verde deslumbrante, nesse passeio pude usar e abusar do meu investimento mais recente: um tripé. Se não fosse por ele eu não conseguiria me auto fotografar, mesmo que um pouco tortas ainda ficavam divinas.







 Andando pela parte externa, nos seus labirintos verdes, encontrei ensaios fotográficos, gravações de alguma propaganda, também velhinhos passeando de trem, jovens com carrinhos alugados e pessoas lendo compenetradas. Tudo cabia naquela imensidão, tinha também triciclos e caiaques no lago, tudo parecia um grande piquenique para a família, andei tanto que já não conseguia mais ir a nenhum lugar, procurei um banquinho e sentei para esperar a tal dança das águas.



Uma mistura de água e música fazia com que jatos se movessem em um balé bonito, mas nada imperdível ou deslumbrante como o que viria a seguir. Depois desse show de águas, eu pedi arrego, eram quinze horas da tarde e meu pés não se sustentavam mais, foi então que fui calmamente me dirigindo a saída para voltar a Paris, mas antes uma pausa e mais uma hora de descanso em frente aos jardins de tulipas particular que a família real cultivava, e lá se foram mais uns: "uau" e "nossa", para a minha coleção.






Agora sim hora de ir embora, olhando muito para trás dei adeus ao palácio mais lindo que conheci até hoje e fui para a estação pegar o trem, parei antes numa padaria para comer uma torta, foi tudo tão bom que só naquele momento lembrei de comer, depois da padaria passei numa loja de souvenir, para comprar umas lembrancinhas, e foi lá que protagonizei o momento mais tenso da viagem.


Quando se viaja só, tudo lhe mete medo, mais o maior medo de todos para mim seria perder meus documentos de viagem, tipo meus cartões ou passaporte, e foi exatamente isso que aconteceu. Quando eu estava com uma cestinha enchendo-a com chaveirinhos e camisas e cheguei no caixa para pagamento, e olhei para minha mão e não vi minha inseparável bolça de documentos e os mapas, os quais andavam mais colados comigo do que minha roupa íntima, eu gelei, o sangue fugiu das minhas veias e eu fiquei branca, imediatamente corri para o local onde eu havia comido a torta, e não estavam, quado eu já pensava de como eu iria me safar dessa roubada, já voltando para a loja, a moça do caixa havia encontrado minha carteira, em meio as camisas e chaveiros que eu havia pegado, mesmo para uma pessoa fraca de fé como eu, ainda balbuciei: " obrigada meu Deus" e segui viagem. Peguei o trem, pontual como sempre e voltei para minha última noite em Paris, cheguei no hostel morta, mas ainda teria que arrumar minha bagagem, repassar o roteiro, separar os volchers, documentos  e carregar todos os eletrônicos, quando terminei tudo isso foi banho e cama, no dia seguinte malas prontas para a Holanda.