domingo, 23 de outubro de 2011

Madri - 3º Dia

Com uma noite instigante como a anterior, nós começamos a eurotrip só com uma certeza, seria inesquecível. Foi com esse sentimento que apagamos na cama e claro que a garrafa de vinho e as doses consumidas na boate não tiveram nada haver com isso. Por volta das onze da manhã ressurgimos, com uma dor de cabeça desgraçada e uma preguiça maior ainda, levantamos e fomos explorar a cidade. Um fato interessante que não mencionei foi que, quando estávamos a voltar da farra, já próximo ao hostel, encontramos uma conveniência aberta e paramos para fazer uma boquinha antes de dormir. Para nossa alegria um brasileiro era o atendente, ele muito agradável (aliás como todo brasileiro) nos deu algumas dicas e se mostrou muito prestativo, compramos uma porcaria de pão com alguma coisa dentro e fomos para a cama. Voltando ao dia da ressaca, quando acordamos já sabíamos que o segundo dia em Madri seria explorar a cultura da cidade com seus pontos turísticos e tudo mais, seguimos direto para a Puerta del Sol e no caminho passamos na mesma conveniência para comprar os passes de ônibus, ligar para casa e claro falar com nosso amigo brasileiro. Como ele trabalhava na madrugada, pela manhã ele não estava, então compramos os passes e descendo em direção a praça vimos um dos maiores arrependimentos da viagem: "REBAJAS RASTEIRAS 15 EUROS". O arrependimento foi, claro, não ter comprado, pois nos dias seguintes elas fariam uma falta enorme no visual e uma economia no bolço (erro 1 - não aproveitar a oportunidade). Os erros existiram, aliás não tem como não existirem, eles só podem ser reduzidos, mas os acertos foram maiores, nosso acerto número 1, se chamou ônibus de turismo. Mas antes de começar a falar do nosso dia a bordo desses ônibus vou falar do almoço mais tenebroso de toda a viagem. Tínhamos um péssimo hábito de comer quando já estávamos nas últimas, isso era ruim, porque em qualquer lugar entrávamos e qualquer coisa comíamos. Nesse dia tivemos a infelicidade de entrar num restaurante próximo a Puerta del Sol, como todo restaurante em Madri, bem aconchegante, mas foi só, a garçonete só levava o tempo em reclamar que tava sozinha, que o ajudante era novo, toda impaciente e toda aborrecida, achava tudo ruim, responder a perguntas, tirar fotos, estava quase dando em nós e pedindo para sairmos, mas a fome era tanta que pedimos ligeiro e calmamente sorrindo (até porque estávamos em férias e ela trabalhando) o clima era de descontração. Os pratos pedidos foram desastrosos. Eu pedi pollo (frango), ele veio praticamente cru, minha entrada foi sopa de tomates, horrível, eles estavam congelando, parece que eles não conheciam o fogo, uma das maiores descobertas da humanidade, as meninas também não deram sorte, seus pratos tinham frutos do mar e também eram frios. Pagamos a conta fomos embora antes que a garçonete jogasse algo em nós, nesse momento eu pensei. " Que povo ignorante", isso porque ainda não tinha conhecido os italianos.





Saímos de lá com aquela sensação que a barriga estava cheia, mas de suco ou refrigerante e pão, e não de comida de verdade, mas enfim seguimos viagem. Pegamos o ônibus de turismo e fomos para a cobertura, um sol de lascar, nossa primeira parada foi o Museu Del Prado, o maior e melhor museu de Madri, se a frente era bonita imagina dentro, tínhamos que entrar. O ruim de museus é que não se pode tirar foto você não poderia compartilhar com os outros tudo que estava vendo naquele momento, isso tornou o passeio menos divertido, sem dúvida. Adentrando no museu, cris começou a ler para nós o que tinha no manual do turista sobre as pinturas, os monumentos e sobre o maior artista da Espanha nas artes: Galdhi. Esse nome com certeza nunca mais iríamos esquecer. Nisso se passou uma hora e meia não muito divertida, até porque acho tudo muito lindo mas não entendo muito de artes, saímos do museu e fomos em direção ao ônibus, nessa tarde deixamos de ver muitas coisas, por falta de tempo, mas uma coisa gostamos bastante, entre uma parada e outra encontramos um belíssimo jardim e por lá ficamos por pelo menos uma hora descansando as pernas e a cabeça daquele sol escaldante.





Passado o banzo voltamos a rota, quando subimos no ônibus, não deu mais vontade de descer, passamos um pedaço admirando a exuberante beleza dos monumentos espalhados pela cidade de Madri, escolhemos um ponto no meio do nada para descer, vimos uma sorveteria e não resistimos, para nossa sorte enquanto andávamos e saboreávamos o sorvete nos deparamos com um mercado público, e que mercado, todo antigo, fechado no ar condicionado, com bancas de frutas mas também barzinhos, onde você poderia se deliciar com as tapas. Para onde olhávamos todos tomavam vinho, já deu logo vontade.



Foi lá que comprei, correição compramos, os chapéus que nos iriam acompanhar em grande parte da Espanha, esse adorno foi gentilmente batizado por Cris de look Indiana Jones. Saímos do Mercado de San Miguel com uma coisa certa, a noite iríamos voltar e ficar por lá mesmo, curtir a noite nesses deliciosos barzinhos de tapas, doce ilusão, ainda tínhamos muito que andar. Pegamos outro busão e seguimos a rota novamente em direção a Estação de Trem Atoccha, também ponto turístico, matamos dois coelhos com uma cajadada só, lá também compramos as passagens para Barcelona.





As Estação Atoccha é uma maravilha, diga-se de passagem, tudo em matéria de transporte em Madri é uma maravilha. Compramos as passagens sem nenhuma dificuldade e passeamos um pouco por lá, foi quando uma das meninas avistou uma farmácia, graças a Isa e seus blogs de moda eu pude saber o que era vapor de agua envazado e que as misses usavam pra caramba, também foi lá que começamos a entender que o proletariado adora uma brasileira. Com aproximadamente duas conversas querendo comprar algumas coisas na farmácia o vendedor já estava praticamente passando o telefone dele para Cris (nossa pegadora oficial). Brincadeiras a parte seguimos viagem no busão de turismo, já era praticamente nossa segunda casa, nisso como demorava a escurecer só sabíamos que estava tarde quando a barriga começava a roncar, como ninguém aguentava descer mais e nem andar mais, demos uma boa volta de ônibus, apreciando a ruas e os monumentos.







Quando a noite começou a cair com ela veio uma beleza maior ainda, a dos monumentos iluminados, mas cadê coragem para descer, ficamos olhando só da janela. Já quase na Puerta del Sol, cometendo aquele velho erro de procurar comida quando já era tarde demais, para não errar, entramos no Mac Donald, eu nunca saboreei um Big Mac com tanta felicidade como naquele dia. Caminhando pelo calçadão voltando para o hostel, nos deparamos com outra realidade na Europa, a prostituição. Grande quantidade de prostitutas faziam programas no calçadão, ouvi algumas línguas, inclusive o português, vestidos curtíssimos como os que usamos em Natal nas nossas baladas, como os que tenho também, nessa hora lembrei do vestido que tinha trazido e quando cheguei no hostel minha primeira providência foi colocá-lo no fundo da mochila (menos uma roupa). Retornando ao hostel passamos pela conveniência para comprarmos umas besteiras e pedir algumas referências de boate para nosso amigo brasileiro, e como bom brasileiro se prontificou até em nos deixar lá se quiséssemos, mas claro que como bom brasileiro também ele sem dúvida não iria fazer de graça, mas mesmo assim deixamos ele em stand by, caso precisássemos. Vocês lembram do Mercado que falei anteriormente e que combinamos de voltar a noite, ele ficou para próxima viagem a Madri, porque depois de passar aproximadamente doze horas na rua, ninguém tinha mais disposição para nada além de dormir. No dia seguinte iríamos realizar mais um sonho, andar de trem bala.