segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

11º Dia - Veneza

À noite no aeroporto foi interminável, eu que durmo bastante não dormi nada, já Cris com aquele sono avassalador não deu nem notícias de nada, em um pequeno conchilo que dei o segurança me acordou, pedindo os tickets de embarque, mostrei o meu e das meninas e voltamos a tentar dormir, 3:30 e nada do tempo passar, contei carneirinhos, me estiquei, olhei para Isa e ela estava pior do que eu, com os olhos arregalados sem conseguir nem cochilar. Enfim 7:00 da manhã, lá vem o segurança acordar todos, eu e Isa acordadíssimas, Cris num sono de fazer inveja a qualquer pessoa que durma numa king size, com luzes apagadas e ar condicionado, incrível! Fomos tomar café e fazer o checkin, estava louca para entrar na área de embarque e mudar de lugar, não via a hora de chegar em Veneza, andamos por todo o enorme aeroporto de Barcelona, diga-se de passagem o maior e mais luxuoso que já conheci, estilo futurista, grifes internacionais, passagem rolante horizontal em vários lugares, metrô, muito moderno (depois de uma noite daquelas, esqueci de registrar esse momento, vou ficar devendo). Esperamos ainda mais umas duas horas na área de embarque para depois embarcarmos, um vôo curto de mais ou menos duas horas e meia, pisamos em solo italiano. O que mais me intrigou foi a imigração, não tinha! entramos na Itália sem nenhum transtorno, sem carimbo no passaporte, área de livre trânsito, ótimo! Pegamos um táxi, demos o endereço ao taxista e ele nos avisou que só poderia nos deixar até um determinado ponto, a medida que iríamos nos aproximando da Veneza, aquela Veneza dos filmes, eu não acreditava, quando o taxista nos largou ao lado da estação de trem e nos avisou que agora seria conosco, eu nem me importei, não conseguia tirar os olhos daqueles barcos, daquelas gôndolas, daquele cenário de filme, mas aí a barriga começou a roncar e tínhamos que achar o hotel, olhamos para o lado e para o outro e agora? Pegamos o manual do turista e fomos destrinchar o mapa, uma da tarde, uma fome danada, quer saber de uma coisa, vamos pegar um táxi barco e pedir para nos deixar na porta do Hotel, um Italiano nos indicou o ponto de táxi e pegamos um barco, nessa hora lembrei nitidamente do filme "o turista" me senti a própria Angelina Joli naqueles barcos no canal de Veneza.


Do ponto de táxi até o hotel ele não navegou nem 2km e ainda nos cobrou os olhos dá cara pela corrida (que ladrão), desembarcamos, entramos numa ruela e começamos a perguntar, perguntar, perguntar até encontrar o Hotel Minerva e Netuno que pasmem, ficava só a poucos metros da estação de trem Santa Luzia, onde o primeiro taxista nos deixou, lembrei do meu primo Ronnie quando viajamos para Miami no ano anterior, uma frase típica que ele dizia quando passavam a perna em nós e pensei a mesma coisa. Pelo menos encontramos o hotel. Como não poderia ser diferente, nosso quarto era no último andar, as mochilas cargueiras só podiam ter chumbo para pesar tanto, mas chegamos, um quartinho super acolhedor, todo decorado na madeira e com móveis antigos, achei um charme, jogamos tudo no chão e caímos na cama, a 24 horas não dormia, estava exausta, mas fala sério, eu estava em Veneza, não iria conseguir dormir mesmo.

 Então resolvemos descer e comer algo antes de não conseguir mais sair da cama, entramos no primeiro restaurante que vimos, para não errar, já que estávamos na Itália, pedimos uma massa, o garçom super atencioso, misturava o inglês com italiano e deu certo. Cris estava em ânsia para ver seu face, enquanto a comida chegava ela foi navegar numa lan house nas proximidades, vinte minutos depois ela retorna, contando a ignorância do atendente, esse foi nosso primeiro contato com o típico italiano ignorante, coisa que iriamos presenciar em toda a Itália.

Nosso primeiro contato com a comida italiana foi fabulosa, a partir dali pude constatar que a gula é um dos sete pecados capitais. Comemos e voltamos para o quarto, tinha que relaxar um pouquinho se não iria sair horrorosa nas fotos, pelas fotos e para as fotos resolvemos descansar umas duas horas, por volta das três e meia da tarde mais ou menos, tornamos do sono da beleza e caímos na rua, mapas na mão e fomos em busca dos pontos turísticos de Veneza, a primeira providência seria comprar o ticket bus de 24 horas, você poderia navegar pelo canal nos ônibus o dia inteiro sem precisar comprar passes direto, descer e subir quantas vezes forem necessárias, perfeito para nós.

Bus Station




Com aquela cara de turista e um certo receio de não acertar nada, subimos na estação de ônibus e aguardamos ele chegar, a príncípio andar para cima e para baixo naqueles barcos abarrotados de pessoas não me agradou muito, mas depois que eles começaram a se locomover pelo canal e um após o outro prédios antigos, basílicas, museus e praças iam aparecendo o medo deu espaço a contemplação e definitivamente parei para apreciar Veneza. Primeira parada, Praça de San Marco que junto com a Basílica formam um dos cartões postais da cidade.







A praça de San Marco é tudo que falaram, como Veneza é uma cidade muito turística, você tem que se acostumar a dividir o espaço das fotos com outras milhares de pessoas ao seu redor, o que polui o visual é o comercio intenso de ambulantes e os gigantescos banner de grifes internacionais, dividindo espaço com os símbolos antigos da cidade. Saindo da praça de San Marco, caminhamos por vielas que mais lembravam cidades medievais, sempre com o mapa na mão e o livro na outra, íamos lendo e nos deparando com as surpresas que a cidade podia nos revelar, docerias, restaurantes, praças, canais, gôndolas, para todos os lados, andar por aquelas ruas foi um sonho.








Depois de entrarmos e sairmos de ruas, nos deparamos com algumas lojas e resolvemos entrar, incrível o tamanho do descaso que eles tem com os clientes, é praticamente apenas uma pessoa para fazer tudo, atender, despachar no caixa e ir atrás de roupa, ou seja, uma só pessoa não dá conta e com falta de paciência é que não dá mesmo, imaginei, deve ser impressão minha, continuamos andando e entramos em outra loja, agora de perfumes, chamamos uma vendedora e ela também deixou a desejar, muito diferente de nossas vendedoras, que nos colocam nos braços. Como as meninas estavam loucas para comprar, não desistimos e continuamos andando, passamos por uma senhora que estava vendendo bolças na rua, bolças lindíssimas de carrinho para viagem, compramos e seguimos em direção a Ponte Rialto, mais um cartão postal.





Nisso já era cinco da tarde mais ou menos, mas com aquele sol forte, então depois que saímos do Rialto fomos andando pela feirinha que tinha nas proximidades, mas muitas bancas já estavam fechadas, então sentamos um pouco as margens do canal e ficamos descansando e apreciando aquela visão belíssima da cidade. Quando haviam me falado que em Veneza todos os transportes eram em barco, eu juro que não acreditei até presenciar um rapaz andando de bicicleta.







A noite estava caindo, pegamos o bus e fomos a outro ponto turístico, descemos na parada com a intenção de ir a Academia (um museu ) que também era ponto turístico, descemos na S. Tomá, mas no meio do caminho eis que surge uma típica cantina italiana, tipo perfeita no meio do nada, convidativa, deu uma canseira, uma vontade de comer, de tomar um vinho, confesso, paramos. Ainda bem que paramos ali, A PIZZA MAIS GOSTOSA DE TODA A VIAGEM, comemos nessa cantina (vou recordar o nome para postar posteriormente).





Depois de saborear a tradicional pizza italiana e tomarmos uma garrafa de vinho, fomos já a noite, tirar umas fotos na igreja que ficava ao final da rua, abordamos um casal de estrangeiros e pedimos para que fossem nossos fotógrafos.



Esgotadas mentalmente e fisicamente, já as nove das noite, resolvemos não parar mais em nenhum lugar, fomos ao ponto de ônibus, andando por aquelas ruas que à noite pareciam cenas de um filme de terror, janelas se fechando e ruelas que pareciam mais um labirinto, quase que não achávamos o ponto, mas achamos, enquando esperávamos, eu contemplava uma Veneza noturna, com luzes que refletiam na água como um espelho, do outro lado do canal, dois jovens jogavam uma toalha ao chão, colocavam frutas e petiscos, abriam um vinho e namoravam, lindo demais. Na volta para o hotel demos uma boa volta por todos os lugares do canal apreciando e tirando várias fotos, eu olhava para Cris ela já cochilava em pé, enquanto eu não conseguia para de fotografar. Encerro este dia e praticamente minha estadia em Veneza e deixo vocês com minhas últimas fotos.