domingo, 3 de novembro de 2013

3º DIA - PARIS

Depois de uma boa noite de sono, não consegui acordar para o café, até porque o café da manhã desses hostels não me agrada, muito cereal, pão baguete (duro), queijo e presuntos diferentes, de familiar somente o croissant, então não descia para comer, mas todas as meninas desciam, uma boa mochileira aproveita todos os benefícios oferecidos pelo hostel, para não ter que gastar na rua (regra básica), por isso que planejo muito bem minhas viagens, não gosto de fazer nada por necessidade, hoje me vejo metade viajante, metade turista, a melhor parte dos dois.
Por volta das dez horas, acordei de fato e comecei a me organizar para sair, como Ana já havia tomado café, também estava se organizando, combinamos de seguirmos juntas até a Torre Eiffell, minha primeira parada obrigatória, eu não sabia muito bem o que iria fazer depois, eu só conseguia pensar em estar naquele lugar, porque para mim eu só estaria em Paris quando parasse em frente a famosa torre dos filmes, dos desenhos e das histórias. Parei em uma padaria para tomar café de verdade, que padaria era aquela! Tinham tantos doces e salgados diferentes que eu escolhi pela beleza já que o único que conhecia era o croissant, depois de abastecida fomos seguindo pelas ruas, Ana me contando qual o metrô que pegava, como fazia para se deslocar, onde parar, como comprar os tickets, muitas dessas informações eu já havia adquirido pela internet, mas se uma pessoa te explica você entende muito mais. Comprei alguns tickets e fomos direto para a torre sem demoras, como nosso hostel era afastado, dificilmente pegaríamos um metrô direto, todos que pegávamos tinham uma baldeação para fazer, sem problema, os percursos eram de no máximo de vinte minutos, e os mesmo seguiam a organização dos metrôs europeus, hora marcada ele está lá (adoro isso). Chegando a torre eu não posso descrever em palavras o sentimento de realizar um sonho, um sonho não se descreve com palavras se sente, foi incrível. Fiquei parada vários minutos somente olhando, tirando fotos, fotos e mais fotos, eu e Ana descemos e seguimos pela rua que passava em baixo a torre e lá eu pude verificar o tamanho da fila para pegar o elevador, do lado oposto uma entrada, também para a torre, só que pelas escadas, fiquei na dúvida se maximizaria meu tempo e arriscaria as escadas, e foi por ela que subi, ali me despedi de Ana, ela seguiu seu caminho e eu o meu. Dessa forma comecei a subir a escadaria da torre, interminável, por diversas vezes eu parava, para tomar fôlego e os velhinhos super em forma passavam por mim, perguntando se eu estava bem, diga-se de passagem que os velhinhos que viajam são tudo, menos pessoas idosas e sedentárias, virei fã. Depois de muito suor e saliva cheguei ao segundo andar, e confesso, ter uma visão de Paris era tudo que tinha de excepcional na torre, a sua simbologia é muito mais forte, de baixo e a noite ela é muito mais Paris.





Depois de ter me deliciado com a torre, desci e parei para pensar, e agora? Como aproveitar todo um dia pela frente sem ficar rodando e perdendo tempo? Logo a frente estava o ônibus de turismo que existe em quase todas as cidades turísticas do mundo, e que em cidades grandes pode ser muito útil. Comprei um passe de um dia e aí sim, com o mapa na mão comecei a planejar melhor minhas paradas de acordo com o que oferecia o ônibus, mas antes mesmo que eu pudesse planejar alguma coisa, todos começaram a descer logo na primeira parada, era o famoso Rio Sena, pessoas caminhando, artistas expondo seus quadros, lembrancinhas por todos os lados e uma beleza secular, tudo em Paris parecia com algum filme que eu havia assistido, fiquei andando por ali até que parei em um restaurante e fui almoçar, o tempo passa tão rápido quando se passeia que nem o vi passar, eu também estava curiosa para conhecer a famosa culinária francesa, e o resultado foi melhor do que eu imaginava.





 Depois de almoçar e dar umas voltas admirando a paisagem do Rio Sena, parei para tirar umas fotos e de repente uma senhora me abordou, ela não falava nada de inglês e eu muito menos de francês, mas o que dava a entender era que ela havia achado um anel, possivelmente de ouro, mas ela não poderia usar porque não usava nenhum adorno e me deu, eu também disse que não queria, não era meu e segui caminho, logo depois ela veio novamente e insistiu para que eu ficasse com o anel, ela não poderia jogar fora, foi aí que eu fiquei e ela me pediu apenas um trocado para o café. Dei o trocado e comecei a andar de novo, um pouco depois la vem ela novamente me pedindo mais dinheiro, foi aí que percebi o golpe, eu devolvi o anel a ela e pedi meus dois euros de volta, ela não quis dar, foi aí que eu disse: " ou você me devolve o dinheiro ou eu jogo o anel no rio", num instante ela entendeu meu português e devolveu o dinheiro, esse povo pensa que todo mundo é otário.
Imprevistos a parte eis que chega meu busão, próxima parada Catedral de Notre-Dame. Algo que achei fabuloso em Paris foram as igrejas, nunca se cobrava para entrar, as filas eram grandes, mas como não havia cobrança elas andavam rápido, foi o que aconteceu em Notre-Dame, a famosa catedral que esse ano completa 800 anos de história.










Ao adentrar na Catedral, um silêncio toma conta do ambiente, pessoas rezando em meio aos turistas que seguem um caminho pré-determinado, castiçais, candelabros, estátuas, túmulos, os vitrais mais lindos do mundo, lá o último templário foi morto, lá Napoleão foi coroado, lá Joana d´Arc foi beatificada, e lá a Catedral foi aberta ao mundo pelas páginas do romance: " O Corcunda de Notre - Dame". Não há como pisar naquele solo sem imaginar tudo isso, foi mágico, trouxe até uma lembrancinha, um moeda em comemoração ao 800 anos da Catedral de Notre-Dame, essa tá bem guardada. Depois de toda essa emoção, já do lado de fora da catedral, catei um japonês para tirar umas fotinhas, os japinhas são sempre muito bons em tirar fotos.





Depois de algumas fotos, conheci um casal de brasileiros na parada do ônibus, eles estavam a dois meses andando de moto pela Europa, muito massa, conversarmos por alguns minutos foi quando meu ônibus chegou, me despedi e fui para minha próxima parada: A Academia de Musica de Paris, ela estava em reformas, mas a sua fachada era belíssima, mais de 200 anos, eles possuíam um passeio guiado pelo interior do teatro mas o tempo era curto, eu planejava andar até o museu do Louvre, passando por algumas praças e tal.








Nada melhor do que caminhar despreocupada, tirando fotos, por entre praças e parques, você nem lembra de comer, cada loja de doces mais linda que a outra e as poderosas marcas francesas saltando a olhos vistos, foi nesse passo que cheguei a Plaza de La Concorde, em frente ao Jardim das Tulipas, foi quando parei abri o mapa e tentei me achar, quando levantei e vista dei de cara com vários carros, não digo carros, eu digo FERRARI.




O Sonho de dirigir um carro desses estava ali, bem na minha frente, preço do sonho 89 euros, peguei o sonho coloquei no final da lista e fui realizar outro mais barato, comer wafer caminhando pelos jardins de Tulipas que dá acesso ao Museu do Louvre, preço do sonho 7 euros.











Depois dessa deliciosa caminhada, chego ao final do jardim, pensei que havia chegado ao arco do triunfo, pois um arco estava bem ali, na minha frente, me sentei um pouco e comecei e folhear o mapa novamente, percebi que esse era o Arco do Triumpho do Carrousel, Napoleão havia mandado construí-lo em homenagem ao seu grande exército, não era aquele arco do triumpho, mas já era uma prévia.





Depois de mais um click, atravessei a rua e fui para a praça que possui a famosa pirâmide do Louvre, já era seis horas da noite, e a noite é algo que demora a cair para aqueles lados, parei, sentei e descansei meus pés, eu estava morta, mas fiquei um bom tempo só olhando para dentro do museu, no outro dia, visitá-lo estava nos planos.




Como o dia ainda não havia acabado, sai dali e fui pegar o ônibus novamente, minha intenção era conhecer os jardins de Luxemburgo, desci na parada de Notre - Dame e fui procurar os jardins. O que percebi foi que ou o mapa era ruim ou as ruas de Paris são tortas, diagonais, tudo menos paralelas, ou seja, não achei os jardins, mas achei o Pantheon.



Feito no século XVIII o Pantheon foi feito em semelhança ao romano, uma homenagem a padroeira de Paris, Santa Genoveva. Como não havia encontrado os jardins, desci o monte e fui em busca da parada de ônibus, o horário já era oito da noite, agora sim a noite estava começando a cair. Subi no ônibus e fui sem destino até chega na Avenida Champs Élysées.




Com seu 1,9 km de comprimento, é um dos metros quadrados mais caros do mundo, abriga marcas europeias, mas também algumas fortes estrangeiras, o luxo caminha por essa avenida, além de cafés, bares, e cinemas. Esse foi o ponto final do meu dia, o Arco do Triunfo (verdadeiro), construído também por Napoleão em homenagem as suas vitórias e que hoje é um dos símbolos de Paris. Com a noite caindo, hora de voltar ao hostel, já eram nove horas, com meu celular descarregado eu nem podia usar um aplicativo que baixei para o metrô, então voltei para o hostel na base do mapa e da lógica, me perdi umas duas vezes, mas achei o caminho de volta, aliás que graça tem andar pelo mundo se não se perder nenhuma vez. Chegando ao hostel em seguida chega Ana, cheia de novidades, conversamos como tinha sido nosso dia, trocamos figurinhas, rimos muito e combinamos de ir ao Louvre no dia seguinte. Depois de doze horas na rua, andando de um lado para o outro, chegar e poder deitar e dormir é uma benção, o dia seguinte, entrar na sessão egípcia do Museu mais famoso do mundo me aguardava, como um sonho que também havia sido aquele dia.