sábado, 18 de janeiro de 2014

8º DIA - AMSTERDAM

Eu acordei em mais um dia frio e nebuloso, durante a madrugada as demais garotas do quarto começaram a chegar das noitadas, algumas simplesmente caiam na cama, mas todas muito educadas, procuravam fazer pouco ruído para não acordar as demais, cedinho Karina acordou para pegar o seu ônibus e logo em seguida eu me levantei para tomar café e começar a passear pela cidade, peguei o mapa e durante o café comecei a traçar uma rota que desse para aproveitar todo o dia, diante disso minha primeira parada seria: A CASA DE ANNE FRANK.




Para quem ainda não sabe, Anne Frank era uma garota judia com 13 anos que viveu em Amsterdam no período da segunda guerra mundial, ficou famosa, depois de sua morte no campo de concentração, após a publicação do seu diário por seu pai em 1947, o DIÁRIO DE ANNE FRANK. 


Traduzido para mais de 60 idiomas e já lido por milhões de pessoas em todo o mundo, o diário já é considerado um dos documentos mais importantes do século, ele relata os medos, os anseios e a experiência vivida por ela e por sua família, como fugitivos do regime nazista, escondidos em uma casa por 2 anos, sem acesso a liberdade e tendo no diário sua única maneira de se expressar. Anne e sua família foram descobertos e levados para os campos de concentração, ela faleceu alguns anos depois com 16 anos, mas suas memórias estão vivas em cada linha escrita por ela e na casa, transformada em museu, fundado por seu pai em 1960. Adentrar na casa onde tudo isso aconteceu, conhecer a passagem secreta, os quartos onde dormiam escondidos, os móveis, o diário, saber que cada parede da casa contem história viva, foi o momento mais emociante da viagem, até o momento, infelizmente a total ausência de fotos se dá pelo motivo de ser proibido tirar fotos dentro do local, mas o museu pode ser visitado pela internet na página www.annefrank.org e também é considerado parada obrigatória para quem visita a cidade e quer conhecer um pouco de sua história. Saí com a alma pesada do museu, e segui caminho pelas lindas ruas da cidade, minha próxima parada, MUSEU VAN GOGH.









The Museumplein é conhecida por abrigar a maioria dos museus da cidade, mas como eu não poderia ir a todos e nem teria tempo para isso, escolhi o mais conhecido, o Museu Van Gogh, para minha surpresa o museu ficava bem próximo do letreiro mais famoso da cidade, aquele mesmo, que todo turista tem obrigação de tirar uma foto, o problema foi ter que dividir as letrinhas com mais um bando de pessoas.





Assim que me diverti um pouco, tentando acertar a melhor foto no letreiro, vi uma fila para comprar ingressos para o museu, entrei na fila e quando estava nela uma senhora veio nos avisar que no próprio museu nós poderíamos comprar, sem enfrentar fila alguma, eu e quase todo mundo da fila seguimos os conselhos da velha senhora. Chegando a porta do museu, ela estava certa, nenhuma fila, entrei no museu e pude me deparar com uma prévia do que seria o passeio, minha primeira parada foi numa pinacoteca, onde pude entender um pouco do que foi a obra de Van Gogh, antes de começar a subir os andares para a exposição. 



Em cada andar do museu, se retratava uma época da vida do pintor, desde o térreo até o último andar, mesmo para mim que sou leiga, é nítido a diferença de uma obra para outra durante os anos de sua vida até o final dela, já no último andar a doença mental que o acometeu já se refletia em suas obras.











Já por volta de uma e meia da tarde, apertou a fome, dei uma paradinha para comer, mas primeiro dei adeus ao museu, porque comer lá dentro era caríssimo, então fui lá para fora para poder comer algo. Encontrei uma carrocinha de cachorro quente e foi lá mesmo que matei minha fome.



Enquanto comia, descansava um pouco e abria o mapa para saber se o tempo que eu ainda tinha dava para fazer mais coisas. Pensei em visitar a fabrica de diamantes, mas olhar sem comprar ia me dar nos nervos, então resolvi conhecer algo que poderia, olhar, comprar e beber. Próxima parada: HEINEKEN EXPERIENCE.





A Heineken Experience é um tour por uma antiga fabrica da cerveja, é muito divertido e delicioso, dura aproximadamente uma hora e meia, onde você conhece desde a fundação da cervejaria até os dias de hoje, passando inclusive pela parte de marketing da bebida que incluem também os melhores comerciais, e termina o tour com uma saborosa degustação.















Realmente foi uma experiencia ótima, tomei umas 5 tulipas, só para dar o grau e aguentar a caminhada de volta, como todo bom tour comercial, no final deste haviam várias opções para quem quisesse levar uma lembrancinha  do lugar, bonés, camisetas, chaveiros, garrafas, tudo e mais um pouco, depois de tomar uma, não tinha como não comprar. Levei meus brindes para casa e já quase a notinha, voltei para o hostel, já exausta de um longo dia de caminhada e um frio danado.








O caminho de volta foi longo e calmamente fui deslizando pelas ruas e parando para lanchar em alguns lugares, as guloseimas locais eram fabulosas, doces, biscoitos, sorvetes, me esbaldei, vira e mexe o cheiro da maconha vinha a tona, mas fazer o que, Amsterdam é tudo isso mesmo. Como já era quase noite, passei no hostel deixei meus suveniers e voltei para a red light para dar mais uma olhada, lá mesmo eu fiquei para jantar e pude presenciar uma cena estranha, dois homens tomaram a câmera fotográfica de um japonês por que ele tinha tirado fotos das meninas nas vitrines, se ele tivesse lido o tanto quanto eu li saberia que não pode tirar foto das moças nas vitrines, os cafetões ficam sempre de olho. Já era um pouco tarde quando resolvi voltar, levei umas duas cantadas durante o percurso, percebi que realmente estava na hora de voltar ao hostel. Quando cheguei já encontrei Karina que havia chegado do seu passeio aos moinhos, e pelo que ela me contou, em uma próxima vez esse passeio passa a ser obrigatório, conversei um pouco, arrumei minha bagagem e lamentei não ficar mais um dia nesta linda cidade, realmente uma pena, mais precisava seguir caminho, no dia seguinte embarcaria para Berlim, então, nesse último post eu dou adeus a essa cidade muitas vezes louca mas também histórica, que soube equilibrar divinamente os seus extremos de cidade colonial e pós moderna.