terça-feira, 10 de dezembro de 2013

5º DIA - PARIS

Começou mais um dia preguiçoso, acordei, olhei pela janela e estava nublado de novo, como chove e faz frio nessa cidade, nessa época do ano, levei um guarda-roupa para temperaturas de 17º C, mas peguei bem menores, e a umidade deixava o frio mais intenso, mas com ou sem nuvens sai para mais um dia de passeio, programei meu roteiro e fui para um dos lugares que eu não havia descoberto anteriormente, quando viajei pela internet, a Basílica de Sacré Coeur (sagrado coração) em Montmartre, haviam me dito que era um lugar belíssimo no alto do monte num bairro antigo. A distância era grande, peguei três metrôs para chegar e 30 minutos depois lá estava, uma coisa muito interessante no metrô de Paris é que algumas estações tem o nome correspondente ao ponto turístico mais famoso do bairro, então depois que peguei a segunda baldeação ficou fácil. Eu já estava a quatro dias em Paris, e já havia percebido o quanto diferentes era um bairro do outro, Montmartre era um bairro histórico, com ruas antigas, becos e vielas, não aconselhável andar por elas a noite, mas durante o dia, era só ficar esperta. Quando saí da estação dei de cara com uma super subida e muitos turistas, me informei se a basílica era ali e comecei a subir uma ladeirinha básica, nada comparado as ladeiras de Olinda, sem problema, a minha frente iam dois velhinhos, de repente a senhora escorregou e caiu, nossa que quedaço! pensei que ela havia se cortado toda, ajudei-a a levantar guiei-a até o final da subida e muito gratos ainda tiraram minhas fotos.






No topo do monte lá estava a basílica, um arraso, aquela subida, aquela chuva para enfim além da basílica ter uma visão belíssima do bairro. Sentei um pouco numa fonte que tinha antes da escadaria principal e descansei, fiquei só quieta admirando a paisagem, recuperadas as forças, fui conhece-lá por dentro. Quando entrei, o primeiro aviso era que fotos não poderiam ser tiradas, infelizmente não tenho nenhuma para mostrar aqui, mas vou tentar falar o que senti. Tinha tudo para ser só mais uma belíssima igreja dentre outras que já havia conhecido, mas esta foi diferente, quando entrei, o mundo todo ficou do lado de fora, o silêncio tomou conta do lugar e a chuva que caía me fez percorrer calmamente toda a basílica sem pressa, naquele momento ocorria uma missa e a cada passo que eu dava olhava atentamente para tudo ao meu redor, nessa hora senti uma paz que não tinha sentido em nenhum lugar, parei, sentei, me ajoelhei e rezei, eu nem lembrava a última fez havia rezado, descobri que não sou tão descrente quando imaginava que era. A sensação foi forte e enquanto outros passavam ao meu lado eu fiquei mais um pouco sentada, olhando, memorizando as estátuas, os vitrais, as paredes, tudo repleto de história e fascínio. Quando eu já havia completado meu circulo em torno da igreja, eu saí, ainda chovia um pouco, mas já eram duas da tarde, Paris é incrível, eu só lembrava de comer quando o estômago reclamava e foi nessa reclamação que desci o monte e fui almoçar.








A culinária francesa era uma maravilha, apesar de não ter pesquisado nada sobre, nem de ter levado uma lista com lugares onde comer, qualquer lugar que eu parasse era um deleite. Logo após comer um pato delicioso me informei com o garçom em que imediações poderia localizar o Moulin Rouge, ir a Paris e não tirar uma foto na Torre Eiffel e no Moulin Rouge é um pecado, depois de alguns minutos caminhando achei-o.



De dia ele não é muito glamoroso, o bom provavelmente era a noite, porém achei o espetáculo muito caro e desisti de voltar mais tarde. Como ainda eram quatro da tarde eu pensei em visitar os jardins de luxemburgo, os quais, ainda não conhecia, peguei o metrô e fui nessa direção, já no metrô, dentro do vagão umas das paradas estava marcada como "Galerias Lafayette" , foi irresistível, não consegui não descer lá e dar só uma olhadinha nas famosas galerias. As palavras "nossa", "uau", "pucha vida", saltavam da minha boca quase sem querer, eu fiquei boquiaberta, tudo que você imaginar em calçados, bolças, acessórios, perfumes e mais outra infinidade de coisas que eu não havia visto ainda, tem lá. Grifes europeias dominam andar por andar e você olha para todos os lados e vê pessoas ensandecidas comprando e comprando e você não resiste, compra também.


Eu ia de um lado para outro, pesquisa aqui, acolá, convertia para real, pensava: " Em Natal se tiver esse produto é o triplo" (pensamentos de Cléa), eu havia encarnado minha prima quando viajou a primeira vez, foi quando caiu a ficha e eu me brequei e como uma pessoa civilizada (lisa), comprei apenas o que planejei (ódio). Em algumas determinadas lojas filas se formavam por produtos únicos que nem ao menos estavam em promoção e quando eu olhava o perfil dos consumidores, via apenas olhinhos puxados, mas como compram esses japinhas.


Já quase oito da noite a fome batendo de novo, peguei o rumo do hostel, mas antes uma pausa para jantar. No dia seguinte eu já estava com tudo planejado e o ingresso comprado para ir ao Palácio de Versalhes, precisava descansar o esqueleto para me preparar para o último dia na cidade luz.

BONSOIR