Dia da independência da terrinha, dia de comemoração. Acordei cansada, confesso, acordei com aquela vontade de não levantar de cama, tinha dormido tarde mexendo na máquina, o fuso horário não ajudou muito, mas nada haver, levantei da cama, tomei um banho muito bom e tratei de descer para tomar um bom café da manhã. Tinha um Starbucks a poucos metros do hotel, mas decidimos tomar café da manhã no hotel, como não era incluso, pagamos por fora (faca na caveira), saímos como se diz, "empazinadas", até porque tínhamos que estar fortes, uma boa pedalada hoje nos esperava, pegamos um táxi e fomos em direção ao Pier. Ao chegar ao Pier, existem várias e várias empresas oferecendo o passeio, mas fomos a uma que tínhamos lido no blog, é sempre bom pegar referências de tudo, as garotas nos explicaram o roteiro, nos deram as bikes e nesse momento "nos ferramos", não que o passeio de bike não é a coisa mais linda do mundo, até porque é, mas porque nós éramos quatro pessoas sedentárias que desde criança não pegávamos numa bicicleta, confesso que a primeira vez que subi, quase caí e quase desisti do passeio, mas como diz aquele velho ditado : " Andar de bicicleta agente nunca esquece", e depois de encasáveis sustos querendo cair ou atropelar alguém, enfim dominamos a magrela. E você pode me perguntar: "Porque se ferraram?", 14 km depois eu vou responder esse pergunta. Deixando a dramaturgia de lado e começando a pedalar seguimos o mapa, no início pela rua dividindo espaço com as pessoas, depois entramos numa ciclovia e nela fomos até o final da Golden Gate.
O trecho que saí do pier e segue pelos parques é lindo, passa pela Girardeli, a Marina e segue pelos parques, a visão da ponte ao fundo e todo aquele verde, pessoas brincando com seus cachorros, crianças correndo é sem dúvida a cara de uma domingueira americana, bem um filme mesmo, e sair dali foi difícil, mas conseguimos, seguimos o caminho, ainda meio desengonçadas pela ciclovia e fomos parando em todos os lugares que dessem para ver a Golden Gate, cada vez mais perto.
Brincadeiras a parte, muitas vezes descemos da bicicleta e fomos empurrando, eu parei por diversas vezes para recuperar o fôlego, o terreno até a ponte não é plano, pelo contrário, tem algumas subidas, quando finalmente chegamos a ela pensamos que as coisas ficariam mais leves, foi quando um forte vento em sentido contrário nos empurrava para trás, mas muito forte mesmo, difícil de respirar e se equilibrar, em algumas vezes durante a travessia nos deparávamos com ciclistas profissionais em alta velocidade e em contrapartida turistas tão ruins quanto nós que quase nos derrubavam ou ocasionavam um acidente, então atravessá-la foi lindo mais cansativo e perigoso, acredito que a pé do lado dos pedestres é mais tranquilo. Cléa e Verônica eram as mais danadas, pegara o ritmo e foram as primeiras a atravessar a ponte, ao fim dela, não era o fim do percurso, paramos por alguns instantes, simplesmente em contemplação, as pernas já tremiam e o fôlego já faltava, mas ainda não era o fim, o percurso a ser seguido só terminaria em Sausalito, então seguimos.
Logo em seguida o que ocorre é um sequencia de curvas e subidas intermináveis, paralelamente ao nosso cansaço, vários ciclistas passavam por nós, todos bem inteiros. Alguns muitos minutos depois começamos a passar por ruas habitadas, casas, uma cidadezinha bucólica e colonial se formava, seguimos por suas ruas até chegar ao pier, umas três horas da tarde com um mix de cede, fome e cansaço indescritíveis, estacionamos as bikes e atravessamos a rua em direção a uma lanchonete. Eu nunca comi um sanduba com tanta vontade, minhas pernas eram bambas e não deu nem para curtir Sausalito como ela merece ser curtida, uma pena!!!Mas ficou o gostinho de quero mais e em outra oportunidade vale muito a pena sentar em frente ao pier, tomar um café e simplesmente observar. Dando continuidade, o passeio não havia terminado, havia ainda a volta pela balça, nada do que errar, tínhamos os tickets, o horário era só seguir o cronograma, porém quando olhamos para o porto vimos a balça, fora do horário, já próximo a sair, então nos questionamos, porque não pegar essa? E pegamos, a travessia demorou uns 25 minutos e quando desembarcamos algo de errado havia, não era o mesmo pier, foi aí que percebemos a burrada, aquela balça, daquele horário pararia em outro pier e não no que havíamos programado para descer e devolver as bikes. Imagine você ter que andar do pier 1 ao pier 39 depois de estar esgotada fisicamente, correndo contra o tempo para ter que devolver o equipamento antes que a loja fechasse, foi uma correria sem tamanho sem contar que estava esfriando rapidamente, mas tudo deu certo, depois que devolvemos tudo voltamos para o hotel, o nosso último dia em São Francisco foi fabuloso, eu deixaria mais um dia para curtir a cidade em uma próxima vez, mas esses três dias foram de bom tamanho para fazer tudo que tínhamos planejado, agora era arrumar a bagagem e preparar tudo para no dia seguinte começarmos a viagem de verdade, a "Road Trip" pelo Highway 1.