Viajamos no domingo a noite, com cinco horas de diferença de fuso horário, chegamos a Madri as nove horas da manhã no mais assustador vôo da minha vida. Todo o tempo que estava sobrevoando o oceano atlântico me vinha na cabeça os destroços do vôo da Air France que caiu no mar e para tornar tudo mais mágico ainda, o avião não parava de entrar e sair de turbulências, um horror. Quando pisei no solo ibérico quase beijei o chão. Desembarquei em Madri, porém ainda teria que passar pela temida imigração. A mesma que despachou muitos e muitos brasileiros o ano passado para casa sem, aparentemente, motivo algum. Cheguei munida de todos os vouchers possíveis e imagináveis e com sorte pegamos um atendente lindo e simpático, não deu outra entramos na terra das touradas. Fomos direto para o hostel, digasse de passagem seria o melhor de toda a nossa viagem, fizemos o check in de entrada e a atendente nos avisou que teríamos de ficar em outro quarto porque o nosso não estaria disponível para aquele dia. Para nossa felicidade o quarto para onde fomos realojadas era incrivelmente melhor do que o que eu havia escolhido, sorte nossa. Como só poderíamos entrar á uma da tarde, jogamos as mochilas no canto e com mapa e máquinas nas mãos ganhamos as ruas de Madri. Eu já havia lido na revista viagens e turismo que talvez pegássemos boas compras em Madri, então nada melhor do que descobrir como se anda de metrô e fazer compras ao mesmo tempo. Deu certo! O metrô foi uma maravilha, limpo, sinalizado, prático, eficiente e pontual. Perfeito! As meninas se estragaram nas compras, nisso a tarde passou e a fome chegou. Fomos procurar a famosa e tradicional PAELLA ESPANHOLA (desse dia em diante eu odiaria lula pelo resto da vida).
Descobri que fome é uma coisa maravilhosa, tudo fica mais gostoso. Não me entendam mal, a paella tava boa, mas VIVA O NOSSO FEIJÃOZINHO! Fome sanada, hora de voltar ao hostel e esticarmos o esqueleto numa cama para descansar, ainda viria a noite e olhe que a princípio pensávamos em só dar uma voltinha.
Por volta das vinte horas conseguimos sair, com aquela luz de cinco da tarde aqui em Natal, nessa hora a ficha caiu e percebemos o fuso horário. Mapa na mão (lógico) e guia da Europa (santo guia) e seguimos a PUERTA DEL SOL, uma praça próximo ao hostel bem famosa em Madri com alguns monumentos e muitos turistas, foi nessa noite também que entendi o tamanho do desemprego na Espanha. Poucos esmolés, mas imensa era a quantidade de artistas ganhando a vida nas ruas fazendo todos os tipos truques e vendendo todos os tipos de mercadorias, pessoas de várias partes da Europa e do mundo, mas principalmente, africanos, latinos e brasileiros.
Depois de sacar várias fotos, como diriam os espanhóis, fomos procurar os bares de TAPAS, o tira-gosto dos espanhóis e tomar um bom vinho. Para minha felicidade uma das meninas era uma enóloga de mão cheia, aí foi só alegria.
A noite não poderia ficar melhor, como ainda era cedo, resolvemos voltar a Puerta del Sol para dar uma última olhada, foi quando percebemos o comercio após uma certa hora da noite, enquanto a polícia dormia, subitamente fomos abordadas por pessoas dando convites de uma boate próximo dali, como era um homem a nos fazer o convite eu recusei, lembrei na mesma hora do filme "BUSCA IMPLACÁVEL" (acho que assisto tv demais).
Um pouco mais a frente, dessa vez uma moça nos ofereceu, vi outras pessoas aceitando e dessa vez aceitei. Fomos, mas o filme ainda estava na minha cabeça, quando entramos na boate a bargirl nos ofereceu um drink para cada, de cortesia, retruquei, analisei o ambiente mas bebi. Quando várias pessoas começaram a entrar, relaxei de vez, aí visitei o bar inúmeras vezes.
Boate pequena mais encantadora, conhecemos várias pessoas nesta noite, alguns brasileiros, mas os mais hilários que conhecemos que valeu toda a noite foram os egípcios. Um deles super interessado em uma das meninas me fez de interprete por algumas vezes, porém olhei para ela e disse " Se vira, agora é com você", quando pensei que não iria dar certo, deu certo até demais, ele já estava chamando-a para ser a sétima esposa dele, quando pensei que nada mais poderia acontecer eles começaram a dançar como os egípcios dançam, como na novela o clone mesmo, não consegui segurar a gargalhada, ri a noite toda lembrando da cena. Três da manhã, hora de ir embora, nos despedimos de nossos amigos feitos naquela noite incerta e voltamos andando pelas ruas estreitas de Madri até o hostel, rindo ainda da dancinha egípcia e imaginando: " Se o primeiro dia foi assim, imagine os outros".
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