segunda-feira, 2 de abril de 2012

12º Dia - Florença

Na noite anterior quando estávamos voltando do passeio, ainda em Veneza, esqueci de comentar o assédio dos comerciantes, enquanto as meninas paravam nas barraquinhas eu segui para o hotel, pouco tempo depois elas chegaram me contando o que tinha acontecido. A noite nas ruelas o comercio informal dominava, eram pessoas de várias nacionalidades, eu já havia comentado isso na Espanha, mais o mesmo se repetiu na Itália, as meninas haviam parado para ver umas bolças, que os angolanos vendiam, eram  "fakes" , mas eram lindas, o único problema  foi a abordagem. Eles começaram oferecendo bolças por 50 euros, quando as meninas deram o primeiro não e saíram andando, eles praticamente acompanharam elas até a porta do hotel com várias bolças nos braços baixando o preço, quando chegaram na frente do hotel as bolças já estávam valendo de 5 a 10 euros (vocês já podem imaginar o final), elas compraram várias, o problema era que além de vendedores insistentes eles eram homens insistentes, as meninas tiveram que se livrar de várias cantadas e propostas indecentes, chegaram rindo no quarto com as sacolas cheias. Dormimos aquele sono dos mortos, quando acordamos no décimo segundo dia já eram dez horas, cuidamos em descer para tomar café e seguir para a estação de trem comprar os tickets. Entramos no primeiro café que vimos, como não era mais nem hora do café, mas também ainda não era horário do almoço não sabíamos o que comer, então decidimos pelo café, e como estávamos em Veneza, até o café era romântico.


Compramos os tickets, mas ainda dava muito tempo para dar mais umas voltas pela cidade e nisso entramos em uma loja de perfumes, essa sim com uma vendedora que nos deu toda a atenção do mundo, as meninas encheram as sacolas, foi nessa hora também que esbarramos com um gondoleiro que mais parecia um artista de cinema, quando me aproximei dele para tirar uma foto, ele disse 100 euros o passeio de gôndola, posso fazer por 80 para as três, desisti da foto, imaginei que ele iria cobrar por ela também. Já cansadas de andar voltamos para a estação, o trêm para florença na hora certa chegou.



Seguimos viagem para Florença, as poltronas eram quatro, frente a frente, como éramos três uma quarta pessoa sentou também, começamos a conversar, de repente essa pessoa começou a falar também, era brasileira, e nossa viagem foi muito produtiva. Ela nos deu muitas dicas de Roma, o que fazer, para onde ir, ela já havia estado lá, conversamos por muito tempo, trocamos figurinhas, falamos de filmes, falamos sobre turismo, das nossas experiências esses dias, demos boas risada. Peguei o email dela para ficarmos em contado, mas perdi, anotei em algum lugar e ainda não achei. Chegamos em Florença por volta das quatro da tarde, pegamos um táxi e nos dirigimos ao Hostel (ao final da viagem darei um descrição de todos os lugares que ficamos hospedadas e o custo de cada um), um dos melhores albergues da Europa, e este tinha toda a estrutura moderna de um bom alojamento. Fizemos o checkin, largamos as coisas e fomos atrás de comida, famintas já que eram quatro da tarde, não serviam mais almoço e tão pouco jantar, então paramos em um café e pedimos massas, já que uma massa para eles é só o "primi piatti" (primeiro prato) a porção era pequena, mas para mim, suficiente.


Um fato bem interessante é que Florença ou Firenze como muitos falam, é uma cidade de certa forma bucólica, apesar de receber muitos turistas, seus habitantes possuem hábitos de cidade pequena, as pessoas passeiam pelas ruas, os idosos abraçados caminham, os donos passeiam com cachorros e os pais com crianças, o trânsito é, como em toda cidade italiana, descontrolado. Quando estávamos comendo, um rapaz entrou com seu cachorro no local, sem nenhum problema, foi quando constatei que isso era comum por lá, voltamos para o hostel e descansamos para mais tarde, nossa intenção seria comer bem a noite, pegamos o manual do turista e escolhemos um bom restaurante para mais tarde. Então a programação ficou assim: Primeiro iríamos visitar a Piazza de Michel Angelo, que fica em um mirante que da para ver a cidade, depois iríamos descer o mirante e jantar na Piazza del Duomo, uma praça com a Basílica de Santa Maria del Fiori, o Campanario de Giotto, o Batistério de São João, inúmeras barraquinhas, cantinas e lojas de grifes.





E assim ocorreu, voltamos ao hostel, descansamos e logo em seguida seguimos para a programação combinada. Uma coisa não poderíamos prever: Nem todos os italianos falam inglês, na realidade creio que só os que trabalham com turismo, e os mais novos é que falam. Os taxistas mais antigos não falam inglês e táxi só no ponto de táxi. Então cortando meio punhado de palavras em italiano e misturando com o inglês chegamos ao ponto de táxi. Com o manual no braço conseguimos explicar ao taxista onde queríamos ir, seguimos a Piazza del Michel Anchelo, uma homenagem ao artista, lá podemos ficar bestificadas com a beleza de uma Florença noturna com o Duomo ao fundo nas luzes. Tiramos algumas fotos e seguimos para o Duomo, já com aquela fome habitual, escolhemos um restaurante indicado no guia e fomos para ele. Para nosso deleite nada mais deslubrante do que uma tradicional cantina italiana, paredes com afrescos, mesas antigas, luz baixa, famílias falando alto e sorrindo e vinho, muito e muito vinho.


Saímos de lá com a melhor refeição da viagem, e o nome da cantina eu prometo falar no final de tudo. Após uma refeição daquelas, seguimos caminhando pela praça, tirando foto de tudo e todos, paramos em frente ao Duomo (Basílica de Santa Maria del Fiori), tentando pegar um bom ângulo, caminhamos mais e a cada curva uma cenário novo, esta praça é simplesmente fabulosa, encontramos também lojas de grifes que para nossa sorte estávam fechadas.


Quando olhamos para o relógio, já eram quase vinte e três horas, peguei o mapa e pensamos em ir andando até o hostel, já que não achávamos nenhum táxi, entramos em algumas ruelas e tinha um povo meio estranho, resolvemos voltar para o Duomo e procurar um táxi por ali mesmo, já exaustas de andar, paramos numa pizzaria e pedi ajuda a um funcionário, ele cortando um inglês com italiano nos ajudou a chegar ao ponto de táxi. Enfim chegamos ao hostel, corpo muído, banho e cama, o décimo terceiro dia nos aguardava, Florença ainda tinha muito que nos mostrar.

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