domingo, 31 de agosto de 2014

ACERTO DE CONTAS

Depois de um ano escrevendo sobre a viagem de 2013, enfim chegou a hora do acerto de contas e ver, ao pé da letra, quando custou esse passeio. No inicio da trip, eu tinha uma estimativa de custos, ao final dela, para minha surpresa, o valor final foi menor do que o esperado, e para os que ainda acham que viajar para fora do país é muito caro, deixo a dica:

"TUDO É UMA QUESTÃO DE PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E BOM SENSO"


*COTAÇÃO DO EURO = R$ 2,80

domingo, 17 de agosto de 2014

16º DIA - MUNIQUE

Acordei com aquela sensação de final de viagem, um mix de tristeza e alegria inexplicáveis, antes de descer para tomar café eu organizei minha bagagem, peguei meus mapas e desci, já para de lá ir para o comércio local, todas as compras da viagem eu resolvi fazer na última cidade, então, vamos a elas. Eu tinha uma pequena lista, entre produtos pessoais, presentes e encomendas dos amigos, nada que fosse levar o dia inteiro (ilusão). Fazer compras também é muto divertido, eu só evito esse passatempo por motivos óbvios, gastar além da conta não faz parte de uma viagem dita econômica, mas também faz parte e qual mulher não gosta ? Eu havia pesquisado na internet os locais de compras na cidade, e muitas lojas de departamentos, grifes internacionais se resumiam ao centro da cidade, em algumas ruas bem conhecidas: Maximiliasstrasse, Theatinerstrasse, Residenzstrasse, Briennerstrasse, Kaufigerstrasse  nomes difíceis de pronunciar a parte, a farra nessas ruas é coisa de louco, muita, mas muita coisa o que ver e o que comprar, Gucci, Louis Vitton, Versace, Dior, Bulgari, Hugo Boss, Chanel, Dolce & Gabbana, H & M,  Zara, entre outras, assim as mina pira.
Com esses histórico deu para perceber que passei todo o dia entrando e saindo de lojas, lojas e mais lojas, pirei o cabeção, até mala de viagem eu comprei para caber tudo que eu havia comprado, o êxtase era tanto que só lembrei de almoçar no final da tarde, foi quando sentei, relaxei e comi uma boa pasta italiana, delícia.
A total ausência de fotos deste dia é coisa de final de viagem, depois de quinze dias pedindo aos outros para tirarem fotos minhas, no décimo sexto dia eu já não tinha mais saco e não tirei mais nenhuma, cansada, cheia de sacolas, peguei um táxi (coisa rara), e fui para o hostel, a moça da recepção, olhou para mim e disse: " The tour was good" (o passeio foi bom), eu saí rindo com sacolas para todos os lados, fui arrumar tudo e trancar tudo, para quando os outros colegas de quarto chegassem. Como ainda era dia, fui dar minha última volta no festival, comprar os últimos souvenirs e tomar uma boa cerveja, passei em alguns galpões, tomei uns dois copos depois já era noite e fui me despedir daquele hamburguer delicioso do dia anterior, passei um tempo olhando  ao meu redor, me despedindo da festa, daquela cidade incrível, de pessoas agradáveis, atenciosas e educadas e daquela cidade linda e arborizada, voltei para o hostel, meu voo só iria sair as cinco da manhã e eu só poderia fazer o checkin no mínimo duas horas antes, daí já imaginei que eu não conseguiria dormir em momento algum, até a hora do embarque, arrumei tudo, fechei minha mala e desci para o hall para ficar mexendo no lap top, acessei o site da globo.com e comecei a assistir minhas novelinhas que adoro, foi quando um rapaz bateu em meu ombro e afirmou: " Tô vendo que você é brasileira" eu sorri e respondi " Já sei que é porque estou assistindo as novelas" e foi aquela descontração, o nome dele eu não me recordo, mas a história sim. Ele estava esperando os amigos chegarem do festival para fazerem o check out e embarcarem para Berlim, como eu já havia passado por lá, dei umas boa dicas, enquanto conversávamos, aos poucos todos os outros também chegavam, eles me contaram como eles tinham esse desejo de fazer uma viagem juntos, ao todo eram nove homens, amigos desde a infância, alguns casados, outros noivos e também solteiros, deixaram suas famílias, noivas, esposas, filhos e se engajaram nessa aventura de vinte dias pela Europa, para comemorar os quinze anos de amizade do grupo, uma história massa que me fez passar o tempo enquanto esperava meu horário de ir ao aeroporto. Depois de algumas horas eu me despedi da galera e eles seguiram para Berlim, já era quase meia noite e comecei a pensar com meus botões, milhares de pessoas tentando sair de dentro daquela área do festival, não haverá táxi par todo mundo, eu vou logo fazer o check out, seguir para o aeroporto que é melhor esperar lá do que aqui e correr o risco de não ter mais táxi para mim, pensando nesta hipótese, pequei minha bagagem encerrei minha estadia e pedi um táxi, esperei, esperei, fui a recepção e pedi outro e nada de nenhum táxi aparecer, fui a recepção novamente e perguntei o que houve, ela me disse que devido ao festival os taxistas não estão querendo fazer nenhuma corrida para o aeroporto, porque é longe, demorado e eles perderiam mais corridas com isso, aí peguei minha bagagem, que a essa altura já era composta de um mochilão e uma mala de rodinhas média, ambas muito cheias e comecei a sair andando pela rua para tentar a sorte de achar um taxista que me levasse ao aeroporto, parei vários táxis, emplorei, alguns até se aproveitavam da necessidade e pediam muito dinheiro, eu não aceitei. Foi quando me vi na rua, com duas malas, no frio, um voo marcado para ir embora e sem conseguir sair do lugar, minha única sorte foi ter três horas de sobra para resolver esse problema, botei a cabeça para pensar e lembrei que a estação central de trens era próximo dali e que se eu conseguisse chegar lá, a probabilidade de conseguir um táxi era maior, por ser uma estação central. Saí puxando minha bagagem até chegar naquelas carrocinhas de passeio com turistas, puxadas por uma bicicleta, pedi par o rapaz me deixar lá, expliquei minha situação e ele me levou, cobrou um passeio normal, mas eu dei um pouco mais, por sua gentileza, até lá foram vinte minutos de pedaladas, o espaço mal cabia eu e minha bagagem, mas mesmo assim o rapaz, que era venezuelano, foi sendo simpático todo o caminho. Chegando lá me despedi dele e vi a quantidade de táxis que chegavam a todo tempo, não tinha como dar errado, dedos cruzados, o primeiro que solicitei a corrida até o aeroporto disse que não poderia, muito longe, o segundo disse que era muito longe também, mas viu minha necessidade e disse que iria, fechamos um preço e seguimos. Nisso foram mais trinta minutos de carro, o tempo todo o taxista se mostrava muito simpático, enquanto as luzes da cidade ficavam cada vez mais afastadas, e a escuridão tomava conta de tudo, foi aí que pela primeira vez o medo bateu com força, lá estava eu, com um homem desconhecido, dentro do carro, à meia noite, seguindo segundo ele para o aeroporto, sem nenhuma alma viva para pedir socorro. Foi quando pensei comigo mesma: " Me ferrei".  Eu não conseguia relaxar em nenhum momento e ele me fazendo muitas perguntas, de onde eu era, se era casada, se estava sozinha, esse tipo de pergunta para deixar qualquer uma nervosa, mas com o tempo ele foi se mostrando interessado de fato, mas educado, entramos no assunto futebol, foi aí que a conversa ficou interessante, ele me pediu desculpas mas disse que a Alemanha iria ganhar a copa no Brasil, eu perguntei porque que ele tinha tanta certeza, ele me disse porque a dez anos esperamos esse momento e a dez anos investimos no futebol, e agora chegou a hora de colher os frutos, se naquele momento eu tivesse ouvido ele, eu teria tirado no bolão que perdi, colocando o Brasil como campeão, conversas a parte, chegamos no aeroporto, agradeci a ele por ter me levado e ele me deu seu telefone e seu email caso quisesse conversar do Brasil. Quando coloquei os pés no aeroporto eram exatos uma da manhã, respirei aliviada porque aquele voo eu não perderia por nada nesse mundo, sentei na cadeira o saguão estava praticamente vazio, deitei na mochila e um filme me veio a cabeça, nisso já era o décimo sétimo dia da viagem e eu chegaria em casa a noite, depois de duas conexões e algumas horas de espera nos aeroportos, mas nessa hora que eu deitei minha cabeça, fui relembrando todos esses dias, fora de casa, sozinha, nesses quatro países maravilhosos, onde a cada dia eu conhecia um lugar novo, onde a cada dia eu me via andando pelo livro de história que eu lia no segundo grau, onde a cada dia pessoas novas se mostravam na minha frente, onde a cada dia a cultura de um país, de um povo, de uma nação saltava aos olhos das pessoas que lá viviam, então como não usar palavras como "incrível" e "fantástico" para descrever tudo isso, e para aqueles que pensavam que eu era louca, só pelo falto de viajar só, quero deixar registrado: " O MUNDO É DO TAMANHO DE SUA CORAGEM".


ATÉ A PRÓXIMA...

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

15º DIA - MUNIQUE

Um lindo dia de sol, foi esse do décimo quinto dia, e um fato interessante que esqueci de mencionar no post anterior, algo que me chamou bastante a atenção. Eu comentei que quando sai do hostel, me deparei com um rapaz bêbado, deitado na calçada, com seu celular ao lado, imaginei na mesma hora que iriam depenar o coitado e ele voltaria para o hostel, quando retornasse da cachaça, só de tanga, para minha surpresa, quando eu voltava para o hostel, as nove da noite, lá estava ele, na mesma posição, embreagado, deitado no chão da calçada e lá estava o seu celular no mesmo lugar. Improvável? Sim, inexplicável? não, como diria um amigo meu, isso é coisa de alemão. Assim sendo, vamos dar início ao meu, agora de verdade, primeiro dia no oktoberfest. 
Depois de um café da manhã muito bom, as dez horas da manhã eu já estava indo em direção aos galpões, entrei meio encabulada, escolhi uma mesa e sentei, de repente uma das meninas veio me atender, perguntei a ela como era o esquema das bebidas e comecei a pedir.


Passei cerca de quarenta minutos sozinha, até que Justin chegou, perguntou se podia sentar ali e começamos a conversar, ele era americano de Chicago e  me encheu de perguntas sobre o carnaval, a copa do mundo, até que chegou um casal muito simpático, também de americanos só que de Boston e emendamos mais conversas, entre uma cerveja e outra o galpão foi enchendo e duas horas depois, já estava lotado, o detalhe é que ainda era uma terça-feira.









A medida que o tempo ia passando, mais pessoas se juntavam a nós, um casal de alemães, dois ingleses e depois do terceiro copão de cerveja, eu conversava com todos, cantava em alemão junto com eles, e brindava loucamente cada vez que a banda parava e pedia que todos brindassem. 


A parte mais hilária e incrível também, era quando a bandinha cantava algum tipo de música onde só os fortes se levantam e viravam os copos, essa foi a parte que achei mais legal, senhores de idade, que deviam ter uns 70 anos viravam o copo gigante de cerveja como se fosse água, me senti a mais fraca dos mortais. Depois do quarto copo de cerveja o pessoal começou a querer sair do galpão e procurar outra cervejaria, fui com eles e acabamos parando em outra cervejaria tão legal quanto a primeira, lá pudemos sentar com umas senhoras muito loucas, agarravam o Justin, beijavam e ele tentando se desvencilhar, morri de rir da situação.




Lá se foram mais uns quatro copões de cerveja, e eu cheguei no meu limite, o álcool não descia mais, já era noite e eu nem percebi que não havia comido nada de futuro, me despedi da galera e fui atrás de comida, rodei o festival e logo na saída achei o melhor hamburguer que já comi na vida, coisa de louco, o cara pegava tudo com as mãos, sem proteção nenhuma e fiquei na dúvida em comer ou não, mas a fila era tão grande pelo sandwish do rapaz que resolvi arriscar. Quando estava parada na fila, um senhor muito embreagado me perguntava alguma coisa, só que eu não entendia nada, foi aí que sua esposa me disse: " Ele te achou muito bonita e apostou comigo, como você era brasileira". eu confirmei que era brasileira, ele sorriu e disse algo do tipo, eu sabia, a ela. Conversa vai e conversa vem, ela me disse que eu iria adorar o hamburguer e disse mais, que os bois alemães eram os melhores do mundo, então a carne deles também era muito saborosa, escrevendo esse post nesse momento salivei e lembrei do sabor do hamburguer, que devo concordar, foi o melhor que já comi na vida, comi dois e no outro dia voltei para comer novamente. Depois de me esbaldar, voltei para o hostel e apesar de ser umas nove horas da noite, eu fui a primeira a chegar ao meu quarto, tranquilidade, tomei banho, fui repassar as fotos, arrumei a bagagem e fui checar os mapas, o dia seguinte seria meu último dia em Munique e o fim da viagem, eu tinha uma lista de compras a fazer e coisas a procurar, então, tranquei tudo e cama.